"Laissez faire, laissez aller, laissez passer, le monde va de lui-même"

domingo, 14 de junho de 2009

Privatizando a Baía da Guanabara


Rio de Janeiro e Niterói. A primeira é a atual capital do estado e a segunda é a antiga. O que essas duas cidades possuem em comum? Ambas devem seu crescimento à Baía da Guanabara, que é uma vantagem natural perfeita, seja para pesca, transporte, defesa ou/e tantos outros serviços; uma área com enorme potencial para desenvolvimento e lucro! Nossa terra é abençoada, mas, infelizmente, nossos cidadãos nem tanto...


Hoje vemos a baía totalmente poluída, com peixes mortos, entulho (sofá, pneus, roupas, etc), barcas arcaicas e um constante recipiente de esgoto não tratado e descontrolado. Em busca de uma melhoria, pedem um controle mais efetivo do Estado, querem que o governo gaste milhões do contribuinte (que, na maioria das vezes, não tem relação alguma com a baía) e apelam para o lema: “A baía é de todos”. Esquecem-se que o que é de todos, na teoria, acaba sendo de ninguém, na prática.


Como uma alternativa para essas propostas repetitivas e falhas, exponho aqui a minha opinião: a privatização da Baía da Guanabara. Isso mesmo, a privatização. Por que não? Por que não transformá-la em uma propriedade, como tantas outras terrestre? Só pelo fato de estar submersa? Não me parece um ponto válido, então demonstrarei o quão benéfico isto viria a ser.


Primeiramente, temos a questão do esgoto. Assim como existem taxas e gastos para se ter um aterro, onde o lixo será despejado, a empresa cobraria para permitir que a baía recebesse tal esgoto. O empresário, visando um lucro maior, buscará receber mais esgoto, só que a baía possui um limite natural, uma quantidade máxima. A empresa buscaria soluções e a mais provável de todas seria a criação de diversas estações de tratamento, otimizando a capacidade dela. Une-se o útil ao agradável e a baía começa a ter esgoto tratado.


Outro ponto é que a região sempre foi ótima para embarque e desembarque de mercadorias, sendo que hoje os navios são cada vez maiores e precisam de uma profundida maior para navegar. Na eterna busca pelo lucro, o empresário iria aprimorar os portos e oferecer condições para facilitar a navegação, como retirar o lodo e o entulho e evitar o acúmulo de sedimentos. Novamente, em uma tacada só, preservação e desenvolvimento andam juntos.


Outra atividade importante e lucrativa é a pescaria. Com o tratamento do esgoto e a limpeza da baía, que já foram citados e agora são ainda mais importantes, passaria-se a ter ainda mais peixes e um crescimento nesta atividade, onde a empresa poderia permitir que cooperativas de pescadores fizessem seu trabalho e repassassem parte do lucro.


Sendo uma conexão natural entre duas grandes regiões do estado, o transporte é outro serviço com grande potencial. Transportando cargas e passageiros, um serviço de qualidade (rápido, seguro e barato) entraria em uma livre concorrência, onde a empresa que controla a baía permitiria que algumas empresas do ramo criassem linhas para competir entre si e com outros transportes urbanos, como os ônibus. (diferente do que é hoje, onde as barcas possuem monopólio do transporte via concessão estatal)


Existem inúmeros serviços que seriam desenvolvidos ali, gerando lucro e emprego. Apenas mostrei alguns, com lógicas simples, agora tente imaginar o que uma equipe profissional e competente de engenheiros, arquitetos e administradores não seria capaz de promover ali. A população ganha com uma baía limpa, serviços de qualidade e desenvolvimento.

1 comentários:

Newton Almeida disse...

O fato é que temos que lutar para organizar as instituições públicas, pois somente elas poderão resolver as mazelas socias e ambientais. Cuidar do meio ambiente não dá lucro imediato, salvo alguns casos. Cuidar das desigualdes sociais muito menos. Eu gosto da inteligência do Milton Friedman, sua argumentação é muito eloquente. Mas, a máquina pública norte-americana, européia e inclusive brasileira, teve que salvar diversas empresas privadas, entre bancos, montadoras de veículos, devido ao execesso de liberdade do capitalismo, na recente crise de 2.008 que assolou o mundo.
A degradação da Baía de Guanabara reflete a sociedade, que degrada seus idosos, crianças, uma sociedade onde não importa a maneira, o objetivo é enriquecer. O neo-liberalismo já existe, já está em prática e os problemas continuaram. A despoluição da Baía de Guanabara depende de investimentos públicos basicamente, e indiretamente também privados. Já temos legislação que permite a união de recursos públicos ao de privados em obras licitadas pelos governos (como as ppp's).
Parabéns pela sua exposição ! Você é um jovem pensador muito criativo. Gostei de ler suas idéias !
E tenho fé que conseguiremos diminuir essas mazelas. Mas, e os outros ? Temos um total de 190 a 200 países no mundo, sendo que uns 20 tem status de "desenvolvidos", acho que é isso. Trabalhamos para que o Brasil se desenvolva. Mas, como seremos felizes sabendo da situação da África, por exemplo ?
Com certeza o capitalismo finaceiro não tem interesse na África, não é mesmo ?

Newton Almeida
http://limpezariomeriti.blogspot.com

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